O que é o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e como afeta a vida das pessoas"



 O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio neurobiológico do desenvolvimento que afeta a comunicação social, o comportamento e a interação social da pessoa.

O diagnóstico do TEA é baseado em critérios clínicos e comportamentais, e pode ser feito por volta dos dois anos de idade.

A história do TEA remonta ao início do século XX, quando o médico austríaco Leo Kanner descreveu pela primeira vez o que ele chamou de "autismo infantil precoce" em 1943.

Kanner observou um grupo de 11 crianças que compartilhavam características como a falta de habilidades sociais, atraso na fala e comportamentos repetitivos.

Ele também notou que essas crianças não pareciam ter interesse em outras pessoas ou no mundo ao seu redor.

No mesmo período, o psiquiatra suíço Hans Asperger estava estudando um grupo de crianças que compartilhavam muitas das mesmas características observadas por Kanner.

Asperger cunhou o termo "psicopatia autística" para descrever esse grupo de crianças, que acreditavam terem habilidades especiais, mas também apresentavam dificuldades significativas na interação social.


Durante muitos anos, a compreensão do TEA era limitada e muitas vezes confundida com outros distúrbios.

Foi só na década de 1980 que o termo "Transtorno do Espectro Autista" começou a ser usado para descrever o espectro amplo de sintomas e características associadas ao autismo.


Desde então, a compreensão e o diagnóstico do TEA evoluíram significativamente.

Avanços na neurociência, genética e tecnologia de imagem cerebral permitiram aos pesquisadores entender melhor as causas subjacentes do TEA e desenvolver tratamentos mais eficazes.

Além disso, a conscientização do público sobre o TEA aumentou e muitas organizações foram fundadas para apoiar indivíduos com TEA e suas famílias.

"Tratamentos e terapias para o Transtorno do Espectro Autista (TEA)"

Embora ainda não haja cura para o TEA, intervenções precoces e terapias comportamentais podem ajudar a melhorar a qualidade de vida das pessoas com TEA e a promover habilidades sociais, comunicação e independência.

A história do TEA é um lembrete da importância de pesquisas contínuas, conscientização e apoio para melhorar a vida de indivíduos com necessidades especiais.

O diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) é feito por profissionais da saúde que tenham experiência em avaliação e tratamento de distúrbios do desenvolvimento.

O processo de diagnóstico do TEA envolve avaliações médicas, testes psicológicos, entrevistas com os pais ou responsáveis da criança, observações do comportamento da criança em diferentes situações e avaliações de desenvolvimento.


Como diagnosticar uma criança com TEA? Segue alguns passos:


Avaliação médica: O pediatra ou médico de família pode realizar uma avaliação médica para excluir outras condições médicas que possam estar causando os sintomas da criança.

Avaliação psicológica: Um psicólogo ou neuropsicólogo pode realizar testes psicológicos padronizados para avaliar habilidades cognitivas, linguagem e comportamento social.

Observação do comportamento: O profissional de saúde pode observar o comportamento da criança em diferentes situações, como em casa, na escola ou em atividades sociais.

Entrevista com os pais ou responsáveis: Os pais ou responsáveis da criança são entrevistados para fornecer informações sobre o desenvolvimento da criança e seus comportamentos e sintomas.

Avaliação do desenvolvimento: O profissional de saúde pode realizar uma avaliação do desenvolvimento para determinar se a criança está atingindo os marcos de desenvolvimento esperados para a idade.

Quanto à especialidade médica que deve ser procurada, é recomendável que os pais ou responsáveis da criança entrem em contato com um pediatra, neurologista infantil, psiquiatra infantil, psicólogo ou fonoaudiólogo para obter uma avaliação e diagnóstico preciso do TEA.

Esses profissionais podem trabalhar em equipe para fornecer um tratamento eficaz e um plano de intervenção personalizado para a criança.

Características comuns de uma pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA)

                                        


As características de uma pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA) podem variar de acordo com o grau de gravidade do transtorno.

No entanto, algumas das características comuns incluem:


Dificuldades na comunicação: Pessoas com TEA podem ter dificuldade em entender e usar a linguagem verbal e não verbal, como gestos e expressões faciais.

Comportamentos repetitivos: É comum que pessoas com TEA apresentam comportamentos repetitivos, como balançar o corpo, bater palmas, girar objetos ou repetir palavras ou frases.

Interesses restritos e intensos: Pessoas com TEA podem ter interesses muito específicos e intensos em um determinado assunto, como carros, trens, animais, entre outros.

Dificuldades na interação social: Pessoas com TEA podem ter dificuldade em estabelecer e manter relacionamentos sociais. Eles podem parecer desinteressados ou incapazes de entender as emoções dos outros.

Sensibilidade sensorial: Muitas pessoas com TEA têm sensibilidade sensorial alterada, o que pode levar a hipersensibilidade ou hipossensibilidade a estímulos como luzes brilhantes, sons altos, texturas de roupas, entre outros.

Comportamento restrito e inflexível: Pessoas com TEA podem ter dificuldade em se adaptar a mudanças em rotinas ou atividades e podem se fixar em rituais ou padrões de comportamento.

É importante lembrar que as características do TEA podem variar de pessoa para pessoa e que nem todas as pessoas com TEA apresentam todas as características mencionadas acima.

Além disso, as características podem mudar ao longo do tempo à medida que a pessoa cresce e se desenvolve.

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é dividido em diferentes tipos ou níveis, que são determinados com base na gravidade dos sintomas da pessoa afetada.

É importante notar que, em 2013, com a publicação do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), o TEA passou a ser considerado uma única condição, englobando todos os transtornos autistas e a Síndrome de Asperger.

No entanto, ainda é possível distinguir diferentes níveis de gravidade dos sintomas.

A seguir, estão os principais níveis do TEA:


Autismo leve: Também conhecido como nível 1 do TEA, é caracterizado por dificuldades leves na comunicação e interação social, além de comportamentos restritos e repetitivos.

Autismo moderado: Também conhecido como nível 2 do TEA, é caracterizado por dificuldades mais significativas na comunicação e interação social, além de comportamentos restritos e repetitivos mais acentuados.

Autismo grave:
Também conhecido como nível 3 do TEA, é caracterizado por dificuldades graves na comunicação e interação social, além de comportamentos restritos e repetitivos muito intensos.

É importante ressaltar que o diagnóstico do TEA é feito com base em uma avaliação completa das características da pessoa afetada, e não apenas com base no nível de gravidade dos sintomas. 

Cada pessoa com TEA é única e pode apresentar diferentes combinações de sintomas e níveis de gravidade, sendo importante que o tratamento e o suporte sejam personalizados para as necessidades individuais de cada indivíduo.

Conclusão

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição que afeta a comunicação, a interação social e o comportamento da pessoa afetada. Embora o TEA não tenha uma cura, o diagnóstico precoce e o suporte adequado podem ajudar a pessoa a lidar com os sintomas e a desenvolver habilidades sociais e de comunicação. 

É importante lembrar que cada pessoa com TEA é única e pode apresentar diferentes combinações de sintomas e níveis de gravidade, sendo essencial que o tratamento e o suporte sejam personalizados para as necessidades individuais de cada indivíduo. 

Portanto é importante combater o estigma em torno do TEA e promover a inclusão e o respeito às pessoas com essa condição, para que possam alcançar seu pleno potencial e viver de forma plena e satisfatória.


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